
Um grupo de cientistas de todo o planeta, liderados pelas Universidades de Oxford (Reino Unido) e Tel Aviv (Israel), com contribuição de pesquisadores do Instituto de Biociências (IB) da Universidade de São Paulo (USP), concluiu um mapeamento dos répteis, com 10 mil espécies de serpentes, lagartos e quelônios, 5 mil espécies de mamíferos, 10 mil de aves e 6 mil de anfíbios. O estudo também aponta as áreas prioritárias para conservação da biodiversidade.
Segundo os pesquisadores, para proteger a vida silvestre, é necessário conhecer aonde as espécies vivem, para só então direcionar ações e recursos para sua proteção. O levantamento mostrou maior concentração de lagartos em zonas áridas, de clima seco, caso do deserto australiano. No Brasil, a maior ocorrência de lagartos é registrada primeiro na caatinga, bioma exclusivamente brasileiro, e depois no Cerrado, onde vem avançando o cultivo de soja.
Mais de 60 espécies de lagartos foram identificados na caatinga nordestina. De acordo com os pesquisadores, o fato de a terra da região ter baixa incidência de chuvas, solos difíceis para a agricultura e economicamente menos valorizados, reuniria mais condições para implantar iniciativas de preservação.
O estudo afirma que “as concentrações de espécies raras em locais inesperados exigem consideração no planejamento de ações de conservação. Destacar tais locais poderia ser especialmente benéfico para o planejamento de recursos limitados, especialmente quando os custos da terra são baixos (…). A distribuição distintiva dos répteis, e especialmente dos lagartos, sugere que é conduzida por diferentes processos ecológicos e evolutivos. As distribuições completas de tetrápodes (répteis, anfíbios, aves e mamíferos) terrestres que possuímos agora podem aumentar muito a nossa capacidade de estudar, compreender e proteger a natureza”.
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