
Na primeira audiência pública sobre o projeto de retomada das atividades da mineradora Samarco, ocorrida na noite de ontem, a empresa apresentou detalhes do projeto de uso de uma cava para armazenar rejeito de minério de ferro. A estrutura é considerada pela empresa como a alternativa técnica que permitiria a volta de suas operações.
A audiência é uma das fases do processo de licenciamento da chamada Cava de Alegria Sul. A cava – aberta para a extração de minério de ferro – fica na área do Complexo Industrial Germano-Alegria, entre os municípios de Mariana e Ouro Preto, em Minas Gerais. A segunda audiência ocorre hoje, em Mariana.
Mais de mil pessoas participaram do encontro, realizado num centro de convenções em Ouro Preto (MG) A audiência reuniu, principalmente, funcionários da própria Samarco. Além de moradores da região, que defendem a volta da empresa.
Houve muitos aplausos para um executivo da mineradora e para a representante da Arcadis, empresa que preparou o projeto de uso da cava. E houve vaias para dois participantes que fizeram críticas à empresa e ao projeto. Um deles, criticou o estudo da Arcadis classificando-o de “porcaria” e “vagabundo”. Uma moradora disse que os críticos deveriam ter aparecido antes da tragédia e que agora a população local precisa da empresa operando novamente.
De acordo com o estudo preparado pela Arcadis, a cava terá capacidade de armazenar 17 milhões de metros cúbicos de barragem. Para isso, será preciso ampliar a altura de uma das faces da cava com a construção de um dique. Serão necessários seis meses para as obras necessárias para adaptar a cava.
A Samarco – empresa da Vale e da BHP Billiton – está com suas atividades paradas desde 5 de novembro de 2015, quando a barragem de Fundão, que armazenava rejeitos, se rompeu, provocando uma tragédia ambiental sem precedente e 19 mortes.
A solução defendida pela Samarco duraria dois anos. Nesse período, a empresa se compromete a pensar em um modelo mais duradouro de disposição de rejeitos. Atualmente, técnicos da Secretaria de Meio Ambiente de Minas analisam o pedido de licença.
Comentário